Rubiaceae

Guettarda spruceana Müll.Arg.

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2020. Guettarda spruceana (Rubiaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

888.815,649 Km2

AOO:

92,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Barbosa, 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Amapá — nos municípios Amapá, Macapá e Porto Grande —, no estado do Maranhão — nos municípios Caxias, Codó, São Luís, Tuntum e Urbano Santos —, e no estado do Pará — nos municípios Altamira, Bragança, Maracanã, Marapanim, Monte Alegre, Salvaterra, Santarém e São Geraldo do Araguaia.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore ou arbusto, de até 8 m, não é endêmica do Brasil (Barbosa, 2020). Aqui, foi documentada em Floresta de Terra-Firme e associada à Amazônia presente em 16 municípios distribuídos pelos estados do Amapá, Maranhão e Pará. Apresenta distribuição conhecida muito ampla no Brasil, EOO=754425 km² e 16 situações de ameaça. Poderia ser considerada Em Perigo (EN) por B2ab(iii), pela degradação de habitat em áreas em que foi registrada e provável declino no número de situações de ameaça, porém foi documentada em regiões ainda insuficientemente amostradas, o que interfere no valor deste parâmetro. Ainda, possui registros em áreas onde ainda existem na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino. Assim, embora o valor de AOO e padrão de distribuição sugiram vulnerabilidade, existem muitos habitats semelhantes onde a espécie pode vir a ser registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que impactem sua persistência na natureza. Assim, diante deste cenário, portanto, a espécie foi considerada como Menor Preocupação (LC) neste momento, demandando ações de pesquisa(distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro. É urgente uma avaliação quantitativa do estado das subpopulações localizadas a sul e a leste da EOO estimada.

Último avistamento: 2019
Quantidade de locations: 16
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora 58, 449, 1875.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa Submontana
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore de até 8m de altura, ocorrendo na Amazônia, associada à Florestas de Terra Firme (Barbosa, 2020).
Referências:
  1. Barbosa, M.R.V., 2020. Guettarda. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB32609 (acesso em 23 de setembro de 2020)

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat present regional high
O equivalente a 100 milhões de árvores foram desmatadas na Bacia do Xingu em apenas seis meses. A pressão por novas áreas para a expansão agropecuária, grilagem de terras, retirada ilegal de madeira e a expansão do garimpo provocaram a derrubada de 70 mil hectares de floresta no Pará e Mato Grosso. O ritmo do desmatamento não mostra sinais de diminuição: em junho, 24541 hectares foram destruídos (Harari, 2018).
Referências:
  1. Harari, I., 2018. Em seis meses, 100 milhões de árvores foram derrubadas no Xingu. Cart. Maior - O Portal da Esquerda. URL https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Mae-Terra/Em-seis-meses-100-milhoes-de-arvores-foram-derrubadas-no-Xingu/3/41060 (acesso em 01 de setembro de 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat present regional high
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Amazônia brasileira, ocorre desmatamentos para criação de gado em grande escala (Joly et al., 2019). Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuia, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al., 2016, Carvalho et al., 2020). Fora o impacto causado pela conversão de áreas, vários estudos com foco na ocorrência de incêndios no Brasil destacam que, atualmente, a Amazônia e o Cerrado apresentam os maiores números de eventos de incêndios relacionados principalmente a práticas de conversão da vegetação natural em pastagem, o que gera outros impactos diretos relacionados às atividades pecuárias (Davidson et al. 2012, MCTI 2016, Joly et al., 2019). Os municípios Bragança (PA), Caxias (MA), Codó (MA), Maracanã (PA), Marapanim (PA), Monte Alegre (PA), São Geraldo do Araguaia (PA), São Luís (MA) e Tuntum (MA) possuem, respectivamente, 29,43% (61573,2ha), 6,19% (32163,7ha), 18,03% (78630,9ha), 7,05% (6029,4ha), 9,6% (7638,7ha), 7,1% (128941,2ha), 70,15% (222264,3ha), 8,46% (7061,5ha) e 41,39% (139463,9ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Bragança (PA), Caxias (MA), Codó (MA), Maracanã (PA), Marapanim (PA), Monte Alegre (PA), São Geraldo do Araguaia (PA), São Luís (MA) e Tuntum (MA) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
  2. Almeida, C.A., Coutinho, A.C., Esquerdo, J.C.D.M., Adami, M., Venturieri, A., Diniz, C.G., Dessay, N., Durieux, L., Gomes, A.R., 2016. High spatial resolution land use and land cover mapping of the brazilian legal amazon in 2008 using landsat-5/TM and MODIS data. Acta Amazonica 46, 291–302. https://doi.org/10.1590/1809-4392201505504 (acesso em 05 de junho de 2020).
  3. Carvalho, R., de Aguiar, A.P.D., Amaral, S., 2020. Diversity of cattle raising systems and its effects over forest regrowth in a core region of cattle production in the brazilian amazon. Regional Environmental Change 20. URL https://doi.org/10.1007/s10113-020-01626-5 (acesso em 03 de junho de 2020).
  4. Davidson, E.A., Araújo, A.C., Artaxo, P., Balch, J.K., Brown, I.F., Bustamante, M.M.C., Coe, M.T., DeFries, R.S., Keller, M., Longo, M., Munger, J.W., Schroeder, W., Soares-Filho, B.S., Souza, C.M., Wofsy, S.C., 2012. The Amazon basin in transition. Nature, 481(7381), 321–328.
  5. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  6. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig. html (acesso em 03 de junho de 2020).
  7. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29 projeções de longo prazo. MAPA/ACE, Brasília. URL https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/politica-agricola/todas-publicacoes-de-politica-agricola/projecoes-do-agronegocio/projecoes-do-agronegocio-2018-2019-2028-2029/@@download/file/projecoes-2019_versao_final_3.pdf
  8. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 2016. Terceira Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento. Coordenação-Geral de Mudanças Globais de Clima. Sumário Executivo. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Brasília. URL https://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/ciencia/SEPED/clima/Comunicacao_Nacional/Comunicacoes_Nacionais.html (acesso em 03 de junho de 2020).
  10. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Altamira (PA), município da Amazônia Legal considerado prioritário para fiscalização, referido no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 23 de setembro de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 23 de setembro de 2020).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia, Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú e Parque Estadual do Bacanga.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.